Os preços na ilha do Sal são a pior das referências, exorbitantes!
Além de fazerem um câmbio fraudulento na maioria dos estabelecimentos comerciais, trocando 100 Escudos Cabo-verdianos por 1 Euro, o que não corresponde ao que se pratica nos bancos, ainda taxam bens insignificantes a preços da Europa Central.
Sem que necessite dar exemplos, vejam-se os dois talões em anexo, de uma pastelaria porreira, anexa a uma pensão de qualidade duvidosa, e da Esplanada Mateus, o único com um toldo da Sagres na região.
Ainda assim, importa sublinhar que se come bastante bem e há lugares que merecem visita. O restaurante O Pescador, por exemplo, ou o Café Cultural, com mesas na rua recortadas com a forma das 10 ilhas de Cabo Verde. Mas também a Esplanada Mateus, já antes referida, ou o Funaná, são locais a não perder.
Mas quando se pede 7,5 Euros por uma mini na única (pseudo) discoteca da ilha, O Pirata, estamos certamente a viver ao preço de um país Europeu (e dos mais caros)!
É da NIKE, o Kabuliga, embarcação que já tínhamos descoberto por via dos carrinhos de mão do último post .
E é de carrinho de mão que o peixe sai do pontão...
E para saber quantos barcos saíram nessa noite para o mar, basta contar os carrinhos de mão que são deixados de madrugada no pontão, com o nome do barco inscrito (Kabuliga, o que se vê na imagem). Transportam peixe mas também o motor das embarcações, porque ninguém os deixa no barco estando bom ou mau tempo. São preciosos.
É logo ali no pontão de Santa Maria que o peixe é arranjado. Extraem-se as cabeças dos atuns, removem-se as vísceras e o que não presta vai directamente para a água.
Mas nem tudo é desperdício, há muitos que vivem da navalha que trazem sempre consigo e da ajuda que dão nas tarefas de preparação do pescado, contentando-se depois com uns restos que levam para casa, tudo aquilo que não chega aos hotéis ou à industria conserveira.
Na imagem que se segue, além do que acabámos de descrever, observe-se o Blue Merlin e uns quantos Atuns que tinham acabado de chegar.
Se a ASAE visse isto o que faria?! Confiscaria a navalha, ou era mesmo o pontão que era interditado?
As minas de sal, na ilha com o mesmo nome, são uma das passagens turísticas quase obrigatórias em Cabo Verde.
Sem grande beleza, valem mesmo pela experiência de boiar numa água com 14 vezes mais sal que a água do mar. Flutua-se, literalmente, ficando só os glúteos e as omoplatas "assentes" no líquido. Mas atenção, com feridas ou pequenas escoriações a experiência pode ser dolorosa, porque o sal queima e arde!
O Negativo, como lhe chamámos no título do post, deriva da tipologia do terreno, se assim se pode chamar, sabendo que as minas se situam naquilo que eu chamaria um buraco imenso. É claro que foi um compincha que a baptizou, não fosse ele engenheiro civil formado pela Uni... ;)
O pontão não tem mapa... não tem mapa mas tem buracos, e são muitos! São as tábuas que faltam, que se partiram ou foram levadas, neste caso pela tempestade..
O pontão não tem mapa, mas há que o utilize com memória. É o caso dos miudos, que correm e brincam sem nunca se magoarem... e não olham!
Segurando numa linha de nylon com um anzol na ponta, iscado de carapau, pesca-se ao atum.
Antes porém, começa-se por engodar. Engoda-se com carapau desfeito, outros vivos e presos a um anzol à popa do barco, derivando com a corrente, e até mesmo com uma técnica estranha, mas eficaz, com cabeças apenas, enfiando-se na boca do peixe um pedaço de esferovite que o impedirá de afundar, derivado à superfície e atraindo esses peixes enormes que acabam sempre por ser capturados.
A captura dá luta, primeiro porque os bichos são poderosos, e muitas vezes enormes, mas também porque a linha é fina, e se não se tomam a devidas precauções chega mesmo a cortar os dedos, o que me aconteceu com o primeiro esticão. Mas isso não podia adivinhar, porque ninguém me explicou e nessa manhã fui o primeiro a ter sorte...!
E antes de meter o atum no barco há mais um procedimento. Tem de se arpoar o animal e chegando-o ao barco, acaba-se-lhe com a vida. É cruel, mas é necessário, caso contrário ninguém parava sossegado dentro da embarcação. E é à paulada, tal e qual como se vê na foto...
Ir à pesca em Cabo Verde é obrigatório!
É certo que tem de se sair muito cedo e isso custa, às quatro da manhã ninguém gosta de se levantar. Mas depois compensa...
Tudo começa com a captura do isco, uns carapaus lindíssimos que qualquer Português gostava de ver grelhados no prato. Mas os Cabo Verdianos chamam-lhes cavala branca e habitualmente não os comem.
Pescam-se à linha, com um estralho de 10 ou 12 anzóis, sem isco, enganando os carapaus apenas com uma seda que se coloca no anzol. E é rápido, em cinco minutos enchem-se duas caixas, uma delas com água salgada, porque para a pesca do atum vão ser necessários alguns carapaus vivos...
Depois de se capturarem os carapaus, ruma-se oceano adentro, sem bússola , muito menos GPS, navegando apenas pelas estrelas, até que as luzes da costa se deixam de ver.
Para-se em mar alto, onde se encontra uma bóia, a bóia dos nossos pescadores, mas como a encontraram ninguém saberá, dir-se-ia que foi ao acaso, mas não, é mesmo a boia do barco, não há mais nenhuma por perto.
Depois começa-se a engodar. E o resto desta história contaremos depois...
É no pontão de Santa Maria que tudo acontece. A vida quase que gira à sua volta, e ver os barcos de pesca a regressar do mar é um dos maiores atractivos da Ilha do Sal. Regressam carregados de atum, por vezes com um blue merlin, e até mesmo tubarões. Mas regressam, e aí pelas 10h há muita gente que para lá se desloca.
Muitos são os que dependem da existência desse pontão. Os pescadores, os carregadores de peixe, os que arranjam os atuns, logo ali em cima do tabuado, e até mesmo os operadores de mergulho. Sobre esses, e muito mais, publicaremos umas fotos nos posts futuros.
Temos andado submergidos mas é desta que vamos definitivamente abordar o satélite natural da terra, começando por uma imagem que ninguém pode negar que é tipicamente "lunar", embora tenha sido tirada no deserto, entre Espargos, a capital da Ilha do Sal, e a Buracona, local magnífico sobre o qual já publicámos uma imagem anteriormente (num post de 17 de Junho).
´
Ainda assim, gosto particularmente da imagem aqui inserida, forte mas frágil, verde mas seca, desértica mas preenchida por vida... e muito, muito mais!
E já agora uma explicação: esta história de chamar Lua ao local por onde temos rumado nos últimos posts tem autor, que não identificaremos aqui, mas foi quem teve inclusive a ousadia de dizer que Cabo Verde não tem cultura. Felizmente já fez a "agulha" e mudou de rumo, ou melhor, de opinião...
Natação em contra corrente, debaixo de uma laje de um rochedo, num dos melhores mergulhos na ilha, cujo spot dá pelo nome de...
Graciosa a nadar, chega a parecer um pássaro a bater as asas...
Tubarão Gata... inofensivo!
A viagem a Cabo Verde, na ilha do Sal, teve como objectivo primeiro o mergulho, mas por lá viram-se e fizeram-se muitas mais coisas. No final, houve quem dissesse que era a Lua, mas ainda hoje não acredido que assim seja... Veremos!
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